Herpes zóster e MTC

Herpes zóster e MTC

Na Medicina Chinesa, o herpes zóster é classificado como “fogo do dragão enrolado” ou “erupção em forma de serpente”. A sua origem está relacionada com estagnação do fígado e calor-humidade, ou com a invasão de toxinas externas que bloqueiam os meridianos, impedindo a circulação harmoniosa do Qi e do sangue, o que provoca dor intensa e lesões cutâneas. O princípio terapêutico é limpar o calor, eliminar toxinas, desbloquear os meridianos e aliviar a dor. A acupunctura, através da regulação do Qi e do sangue, permite “desobstruir para não doer”, sendo frequentemente utilizada com técnicas como punção em torno da lesão, sangria, agulha de fogo e electroacupunctura. Estas não só aceleram a cicatrização das lesões cutâneas e aliviam a dor aguda, como também reduzem a incidência de nevralgia pós-herpética.

Estudos modernos confirmam a eficácia da acupunctura no tratamento do herpes zóster. Uma meta-análise em rede Bayesiana, que incluiu 59 ensaios clínicos randomizados, demonstrou que a electroacupunctura combinada com sangria e ventosaterapia é a mais eficaz no alívio da dor e na redução do tempo de evolução das lesões; a electroacupunctura associada à agulha de fogo apresentou a maior taxa de eficácia global; enquanto a sangria com ventosaterapia reduziu significativamente a incidência de nevralgia pós-herpética, com efeitos adversos ligeiros (PubMed: 38758864). Outro estudo de revisão sobre os mecanismos terapêuticos demonstrou que a acupunctura melhora a microcirculação local, favorece a absorção da inflamação e regula a imunidade, reduzindo factores inflamatórios e potenciando a acção antiviral (Hans Journal of Medicine, 2024).

Em síntese, a acupunctura, ao integrar a teoria clássica da Medicina Chinesa com a evidência científica moderna, revela-se uma terapêutica eficaz e segura no tratamento do herpes zóster.

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