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Zumbido e Medicina Chinesa

Do ponto de vista da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), o zumbido enquadra-se nas categorias de “zumbido” e “surdez”, estando a sua localização no ouvido e tendo relação estreita com os rins, o fígado e o baço. A MTC defende que “os rins abrem-se nos ouvidos”: quando a essência dos rins é abundante, a audição é clara; se a essência é insuficiente e o “mar da medula” não está pleno, o yang puro não consegue ascender e surge o zumbido. O fogo do fígado a perturbar, a estagnação do Qi, ou a obstrução por humidade-turva ou estase sanguínea na orifício auditivo também podem prejudicar a função de audição. Clinicamente, distinguem-se padrões de deficiência e de excesso: os de deficiência, frequentemente ligados a insuficiência da essência dos rins e do Qi e sangue, apresentam início gradual e som baixo como o das cigarras; os de excesso, frequentemente causados por fogo do fígado, calor-fleuma ou estase sanguínea, iniciam-se de forma súbita, com som agudo e penetrante. O tratamento por acupunctura tem como princípios harmonizar o yin e o yang, desobstruir os meridianos, tonificar o correto e eliminar o patogénico, de forma a promover a circulação de Qi e sangue no ouvido e regular a função dos órgãos internos, melhorando assim a perceção auditiva.

Estudos modernos demonstram que a acupunctura pode melhorar a microcirculação do ouvido interno e do sistema nervoso relacionado, regular a excitabilidade do centro auditivo e promover o equilíbrio dos neurotransmissores, reduzindo a frequência e a intensidade do zumbido. Além disso, pode aliviar sintomas associados como ansiedade e insónia, melhorando a qualidade de vida. Como terapia relativamente segura e de regulação global, a acupunctura tem um valor importante como complemento na reabilitação do zumbido.

Psoríase e Medicina chinesa

A acupuntura pode ajudar na psoríase ao atuar na regulação do sistema imunológico, na melhoria da circulação sanguínea e na redução do stress, que frequentemente agrava a doença. Do ponto de vista da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a psoríase está relacionada com fatores como calor no sangue, estagnação de Qi, vento patogénico e secura, que conduzem a lesões na pele. A acupuntura, ao estimular pontos específicos, ajuda a eliminar calor e toxinas, ativar a circulação do sangue e nutrir a pele, promovendo o equilíbrio interno e diminuindo os sintomas cutâneos.

Segundo a MTC, o tratamento visa sobretudo remover fatores patogénicos como vento e calor, refrescar o sangue e harmonizar os órgãos internos, especialmente o fígado e o baço. O fígado, quando em desarmonia, gera estagnação de Qi e calor interno, agravando lesões de pele; o baço, quando fraco, não consegue transformar e transportar adequadamente os fluidos, favorecendo a formação de humidade e fleuma que obstruem a pele. A acupuntura pode regular estas funções, promovendo a circulação de Qi e sangue e diminuindo a descamação e o prurido.

Estudos modernos sugerem que a acupuntura exerce efeitos imunomoduladores, ajudando a equilibrar a resposta inflamatória anormal que caracteriza a psoríase. A estimulação de pontos como LI11 (Quchi), SP10 (Xuehai), BL17 (Geshu) e LR3 (Taichong) pode reduzir a produção de citocinas inflamatórias, melhorar a microcirculação cutânea e favorecer a regeneração da pele. Além disso, a acupuntura auxilia na gestão do stress e da ansiedade, fatores que podem desencadear ou piorar surtos da doença, atuando assim de forma holística.

Em suma, a acupuntura oferece um apoio complementar seguro para a psoríase, ajudando a reduzir inflamação, prurido e descamação, equilibrando o organismo e melhorando a qualidade de vida do paciente, sobretudo quando integrada com outras abordagens terapêuticas.

Sinusite e Medicina Chinesa

A acupuntura pode auxiliar no tratamento da sinusite, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a sua eficácia com base em estudos clínicos que demonstram alívio de sintomas como congestão nasal, dor facial e rinorreia. Segundo a Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a sinusite enquadra-se, em grande parte, nas categorias de “bi yuan” (鼻渊) e “biqiu” (鼻鼽), que correspondem a condições de obstrução nasal e inflamação dos seios perinasais. De acordo com a MTC, relaciona-se principalmente com a invasão de Vento-Frio, Vento-Calor ou Vento-Frio que se transforma em Calor, que bloqueiam os meridianos da face, especialmente os canais do Pulmão e do Estômago, prejudicando a difusão do Qi do Pulmão e a drenagem dos seios.

Além disso, fatores internos como a deficiência do Qi do Baço ou do Pulmão podem levar à acumulação de Humidade e mucosidade, que estagnam nos seios nasais, agravando a inflamação e a obstrução. O tratamento pela acupuntura visa desbloquear os meridianos, dispersar Vento, eliminar Calor ou Humidade, e promover a circulação do Qi e do Xue na região da face. Pontos frequentemente utilizados incluem LI20 (Yingxiang) para desobstruir o nariz, LI4 (Hegu) e LU7 (Lieque) para dispersar o Vento e regular o Pulmão, e ST36 (Zusanli) para fortalecer o Qi e melhorar a resistência geral.

De acordo com a OMS, a acupuntura atua modulando processos neuroimunitários, reduzindo inflamação local e melhorando a drenagem mucociliar, o que coincide com os princípios da MTC de restaurar o fluxo harmonioso do Qi e dispersar estagnações. Assim, a acupuntura oferece uma abordagem holística, segura e eficaz no apoio ao tratamento da sinusite.

Dor Ciática e Medicina Chinesa

Do ponto de vista da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a ciática é considerada uma manifestação de “bi zheng” (síndrome de obstrução dolorosa), geralmente causada pela invasão de ventos, frio e umidade, que bloqueiam os meridianos e interrompem a circulação do Qi e do sangue, resultando em estagnação e má nutrição dos tendões e músculos. A acupuntura, ao estimular pontos específicos, desobstrui os meridianos e harmoniza o Qi e o sangue, cumprindo o princípio “quando há passagem, não há dor”. Na MTC, o fígado governa os tendões e os rins governam os ossos; uma insuficiência ou desequilíbrio destes órgãos pode levar à falta de nutrição dos tendões e ossos, facilitando o aparecimento da dor. A acupuntura também tonifica o fígado e os rins, fortalecendo a recuperação muscular e óssea, ao mesmo tempo que elimina os fatores patogénicos vento, frio e humidade, removendo a obstrução.

Estudos modernos mostram que a acupuntura estimula o sistema neuroendócrino-imune, promovendo a libertação de substâncias analgésicas endógenas, como as endorfinas e encefalinas, aliviando a dor. Além disso, melhora a circulação sanguínea local, acelera o metabolismo dos produtos inflamatórios, promove a reparação tecidual e reduz a tensão muscular, aliviando a compressão nervosa causada por espasmos. A acupuntura também apresenta efeito anti-inflamatório, inibindo a expressão de mediadores inflamatórios e reduzindo a inflamação ao redor dos nervos. Esses múltiplos mecanismos atuam em conjunto, promovendo tanto a desobstrução dos meridianos e a harmonização do Qi e do sangue, como o alívio da dor e da inflamação segundo a medicina moderna.

Em resumo, a acupuntura combina o tratamento tradicional baseado na diferenciação dos padrões com os mecanismos científicos modernos, sendo eficaz no alívio da ciática, na recuperação funcional e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes.

Cotovelo de tenista e Medicina Chinesa

A acupuntura/ Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma abordagem eficaz para o tratamento do cotovelo de tenista (epicondilite lateral), uma inflamação dos tendões na parte externa do cotovelo geralmente causada por esforço repetitivo.

Apesar do nome, o “cotovelo de tenista” não afeta apenas quem joga ténis. Esta condição é causada por movimentos repetitivos do punho e antebraço, como levantar, torcer ou segurar objetos com força. Profissionais como informáticos, cabeleireiros, cozinheiros, canalizadores ou músicos também estão entre os mais afetados.

Segundo a MTC, essa condição está relacionada à estagnação de Qi e sangue nos meridianos que passam pelo cotovelo, muitas vezes agravada por fatores como esforço excessivo, trauma ou invasão de fatores patogénicos como frio e humidade. A dor e a rigidez resultam da obstrução do fluxo normal de energia (Qi) e sangue nos canais energéticos.

A acupuntura atua desbloqueando esses meridianos, promovendo a circulação de Qi e sangue, reduzindo a inflamação, aliviando a dor e acelerando a regeneração dos tecidos. Pontos frequentemente usados incluem LI10 (Shousanli), LI11 (Quchi) e LI4 (Hegu), entre outros, aplicados de forma a regular a energia do Meridiano do Intestino Grosso, que passa pelo cotovelo.

Estudos clínicos e revisões sistemáticas apoiadas pela OMS demonstram que a acupuntura é muito eficaz — especialmente quando associada a técnicas como eletroacupuntura ou moxabustão.

Assim, a acupuntura é uma opção terapêutica segura, natural e eficaz para quem sofre de cotovelo de tenista, tanto para reduzir os sintomas como para evitar recorrências.

Insónia e Medicina Chinesa

Do ponto de vista da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a insónia pertence à categoria de “incapacidade de dormir” ou “ausência de sono”, cuja raiz está na desarmonia entre o Coração e outros órgãos, levando à falta de nutrição ou agitação do Shen. O *Huangdi Neijing* refere: “Quando o Yang entra no Yin, adormecemos; quando o Yin e o Yang se separam, acordamos”, indicando que o sono depende do equilíbrio entre Yin e Yang. A perda desse equilíbrio leva à dificuldade em adormecer, sono leve ou sonhos excessivos.

A acupuntura trata a insónia regulando o Yin e o Yang, acalmando o Shen, desobstruindo os meridianos e equilibrando o funcionamento dos órgãos internos. Pontos comuns incluem Shenmen do meridiano do Coração, que acalma a mente; ponto Baihui, que equilibra o Yin-Yang e clareia a mente; ponto Sanyinjiao, que liga os meridianos do Fígado, Baço e Rim, nutrindo o Yin e regulando emoções; e o ponto ponto Anmian, especialmente usado para promover o sono. A estimulação adequada destes pontos ajuda o Shen a repousar, o Fígado a regular o Qi e o Rim a sustentar o Coração — promovendo um sono natural.

Pesquisas modernas mostram que a acupuntura regula o sistema nervoso central, modula neurotransmissores como GABA, serotonina e melatonina, e equilibra a atividade cortical. Também reduz a excitabilidade do sistema nervoso simpático, induzindo relaxamento físico e mental. Estudos de neuroimagem demonstram ainda que a acupuntura ativa áreas cerebrais relacionadas com o sono.

Assim, a acupuntura, sustentada por fundamentos clássicos e comprovada por estudos modernos, é um método eficaz, seguro e sem efeitos colaterais ou dependência para tratar a insónia.

A depressão e Medicina Chinesa

Do ponto de vista da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a depressão enquadra-se no âmbito das chamadas “síndromes de estagnação do Qi” (ou “Yu Zheng”). As causas principais estão geralmente relacionadas com lesões emocionais internas, estagnação da energia vital (Qi) e disfunções dos órgãos internos, sendo a estagnação do Qi do fígado a mais comum. O fígado é responsável pela livre circulação do Qi e pela regulação emocional; quando esta função está comprometida, a energia estagna, o sangue não circula adequadamente, o espírito (Shen) perde o seu sustento, e surgem sintomas como tristeza, irritabilidade, aperto no peito, insónia e perda de apetite.

A acupunctura, ao promover a circulação do Qi e do sangue, harmonizar os órgãos internos e acalmar a mente, pode aliviar a estagnação hepática, tonificar o coração e o baço e fortalecer os rins, melhorando assim o estado emocional do paciente. Pontos frequentemente utilizados como Baihui (VG20), Yintang, Shenmen (C7), Neiguan (PC6), Zusanli (E36) e Sanyinjiao (BP6) têm efeitos reconhecidos na sedação, regulação emocional e reforço da capacidade de resposta ao stress. Estudos modernos demonstram que a acupunctura pode regular o sistema nervoso e endócrino, estimulando a produção de neurotransmissores como a serotonina (5-HT), dopamina (DA) e endorfinas, promovendo o bem-estar emocional.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), na sua lista de indicações clínicas para a acupunctura, reconhece a depressão como uma das condições em que esta terapia pode ser eficaz como tratamento complementar. A acupunctura é uma abordagem com poucos efeitos secundários, boa aceitação por parte dos pacientes, e é especialmente indicada para aqueles que não toleram bem os fármacos ou preferem métodos terapêuticos naturais.

Em resumo, a acupunctura — enquanto componente fundamental da MTC — actua de forma holística, equilibrando corpo e mente, tratando tanto a causa como os sintomas da depressão. É uma abordagem reconhecida a nível internacional, incluindo pela OMS, pela sua eficácia e segurança no tratamento da depressão.

Nevralgia do trigémeo e MTC

A acupuntura é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma abordagem terapêutica eficaz para diversas condições, incluindo a nevralgia do trigêmeo, uma das formas mais intensas e incapacitantes de dor facial. A OMS, no seu relatório de 2003 intitulado Acupuncture: Review and Analysis of Reports on Controlled Clinical Trials, incluiu a nevralgia do trigêmeo entre as condições para as quais existem evidências de eficácia clínica da acupuntura.

A nevralgia do trigêmeo caracteriza-se por episódios de dor aguda e lancinante no território inervado pelo nervo trigêmeo, geralmente unilateral, desencadeada por estímulos leves como tocar o rosto, falar ou mastigar. As causas podem estar relacionadas a compressões vasculares, processos inflamatórios ou alterações neurodegenerativas. Embora o tratamento convencional inclua medicamentos como a carbamazepina e, em alguns casos, procedimentos cirúrgicos, muitos pacientes não obtêm alívio completo ou não toleram os efeitos adversos. Nesse contexto, a acupuntura surge como uma alternativa segura e não invasiva.

Segundo a medicina tradicional chinesa (MTC), a nevralgia do trigêmeo é frequentemente atribuída a bloqueios do fluxo de Qi e sangue nos meridianos da face, devido à invasão de “vento-frio”, “vento-calor” ou estagnação interna por deficiência de energia (Qi) ou yin. A acupuntura visa restaurar o fluxo harmônico de Qi, desbloqueando os meridianos afetados e tonificando as deficiências subjacentes, promovendo alívio da dor e prevenindo recorrências.

Do ponto de vista biomédico moderno, diversos estudos demonstram que a acupuntura atua na modulação do sistema nervoso central e periférico, promovendo a liberação de neurotransmissores como endorfinas, encefalinas e serotonina, que têm efeitos analgésicos e reguladores da dor. Além disso, a estimulação de pontos específicos pode influenciar a condução nervosa e reduzir a excitabilidade dos neurônios nos centros da dor, especialmente no núcleo trigeminal.

Assim, a recomendação da OMS para o uso da acupuntura na nevralgia do trigêmeo baseia-se tanto em evidências clínicas quanto em mecanismos fisiológicos plausíveis. Trata-se de uma terapêutica que pode ser utilizada isoladamente ou como complemento ao tratamento convencional, proporcionando alívio significativo da dor, melhora da qualidade de vida e, em muitos casos, redução da necessidade de medicamentos com efeitos adversos.

Infeção urinária de repetição

A acupuntura e a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) no tratamento das infeções urinárias recorrentes

A acupuntura, integrada no vasto sistema da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), pode ser uma abordagem eficaz e segura no tratamento das infeções urinárias recorrentes, atuando não apenas no alívio dos sintomas agudos, mas também na prevenção de recaídas e no fortalecimento do organismo como um todo.

Segundo a visão da MTC, as infeções urinárias estão frequentemente associadas à presença de “Calor e Humidade” na bexiga, muitas vezes agravadas por uma deficiência da energia dos rins ou do baço. Esse desequilíbrio pode facilitar a estagnação e a recorrência da inflamação. Assim, o tratamento não se limita à eliminação do agente patogénico, mas visa restaurar o equilíbrio interno e fortalecer os sistemas que mantêm a saúde do trato urinário.

A estimulação de pontos como Guanyuan (RM4), Sanyinjiao (BP6) e Yinlingquan (BP9) é frequentemente utilizada para tonificar a energia dos rins, eliminar a Humidade-Calor e regular a função da bexiga. Estes pontos, estrategicamente selecionados de acordo com a condição específica do paciente, ajudam a reduzir a inflamação, aliviar a dor, melhorar o fluxo urinário e restaurar a energia vital (Qi).

Do ponto de vista da medicina moderna, vários estudos têm demonstrado que a acupuntura melhora a microcirculação local, modula a resposta imunitária e regula o sistema nervoso autónomo. Isso contribui para uma melhor adaptação do organismo ao stress — fator que pode agravar ou precipitar episódios infecciosos — e reforça a capacidade do corpo para combater agentes patogénicos.

Além disso, a acupuntura destaca-se por ser uma terapia natural, praticamente isenta de efeitos secundários quando realizada por profissionais qualificados. É particularmente indicada para pessoas com baixa imunidade, sensibilidade a antibióticos ou que sofrem frequentemente com infeções urinárias, uma vez que promove um reequilíbrio interno duradouro e reduz significativamente a probabilidade de reincidência.

Em suma, a acupuntura oferece uma alternativa terapêutica eficaz e holística para o tratamento das infeções urinárias recorrentes, aliando alívio sintomático, prevenção a longo prazo e fortalecimento da saúde global.

Menopausa e Medicina Chinesa

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a acupunctura pode ser utilizada como uma abordagem eficaz e segura no tratamento dos sintomas associados à menopausa. A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) reconhece este período como uma fase de transição fisiológica natural na vida da mulher, denominada de “síndrome do climatério”. Este conceito engloba uma variedade de sintomas físicos, emocionais e energéticos que ocorrem devido ao declínio progressivo da energia vital, especialmente do Qi e da Essência dos rins.

Na visão da MTC, os rins são considerados a “raiz da vida”, governando a reprodução, o envelhecimento e o equilíbrio hormonal. Com o avanço da idade, especialmente por volta dos 49 anos, o Yin dos rins tende a enfraquecer, o que provoca um desequilíbrio entre o Yin e o Yang do corpo. Este desequilíbrio manifesta-se clinicamente através de afrontamentos, sudorese nocturna, secura vaginal, palpitações, insónias, irritabilidade, alterações de humor, dores lombares e irregularidades menstruais. Em casos mais graves, pode haver também depressão, ansiedade ou mesmo sintomas de osteoporose.

A abordagem terapêutica da MTC é sempre baseada no princípio da diferenciação de síndromes, o que significa que cada mulher é tratada de acordo com o seu padrão específico de desequilíbrio. Os padrões mais frequentemente encontrados incluem: deficiência de Yin dos rins, deficiência de Yang dos rins, estagnação do Qi do fígado e deficiência combinada do coração e do baço.

Para tratar esses padrões, a acupunctura é amplamente utilizada, com a aplicação de agulhas em pontos estratégicos como Baihui (DU20), que acalma a mente; Sanyinjiao (SP6), que fortalece o baço, fígado e rins; Shenmen (HT7), indicado para insónias e ansiedade; e Guanyuan (REN4), que nutre o Yin e fortalece os rins. Estes pontos são escolhidos para ajudar a restaurar o equilíbrio energético, aliviar os sintomas e promover o bem-estar geral.

Além da acupunctura, a fitoterapia chinesa desempenha um papel fundamental no tratamento da menopausa. Fórmulas clássicas como Liu Wei Di Huang Wan, Zhi Bai Di Huang Wan e Xiao Yao San são frequentemente prescritas para nutrir o Yin, limpar o calor vazio, regular o fígado e harmonizar as emoções. Estas fórmulas são adaptadas a cada paciente de forma individualizada, conforme os seus sintomas e constituição energética.

Outras práticas complementares, como o Tai Chi, o Qi Gong e especialmente o Baduanjin, são também recomendadas para melhorar a circulação de Qi, reduzir o stress, fortalecer os rins e promover a serenidade emocional. A dieta e o estilo de vida são igualmente ajustados de acordo com os princípios da MTC, incentivando a moderação, o repouso adequado e a ingestão de alimentos quentes, nutritivos e que reforcem os rins e o baço.

Estudos científicos modernos confirmam que a acupunctura pode ajudar a regular o sistema nervoso autónomo, a equilibrar os níveis hormonais e a reduzir os sintomas climatéricos de forma eficaz e sem os efeitos colaterais associados a terapias hormonais convencionais. A sua acção anti-inflamatória, calmante e reguladora do humor torna-a uma ferramenta valiosa neste período de transição feminina.

Em suma, a MTC oferece uma abordagem segura, natural e personalizada para o tratamento da menopausa, focando-se não apenas no alívio dos sintomas, mas também na promoção do equilíbrio físico, emocional e energético da mulher. A integração destas terapias no acompanhamento clínico pode melhorar significativamente a qualidade de vida durante esta fase.