Do ponto de vista da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a ciática é considerada uma manifestação de “bi zheng” (síndrome de obstrução dolorosa), geralmente causada pela invasão de ventos, frio e umidade, que bloqueiam os meridianos e interrompem a circulação do Qi e do sangue, resultando em estagnação e má nutrição dos tendões e músculos. A acupuntura, ao estimular pontos específicos, desobstrui os meridianos e harmoniza o Qi e o sangue, cumprindo o princípio “quando há passagem, não há dor”. Na MTC, o fígado governa os tendões e os rins governam os ossos; uma insuficiência ou desequilíbrio destes órgãos pode levar à falta de nutrição dos tendões e ossos, facilitando o aparecimento da dor. A acupuntura também tonifica o fígado e os rins, fortalecendo a recuperação muscular e óssea, ao mesmo tempo que elimina os fatores patogénicos vento, frio e humidade, removendo a obstrução.
Estudos modernos mostram que a acupuntura estimula o sistema neuroendócrino-imune, promovendo a libertação de substâncias analgésicas endógenas, como as endorfinas e encefalinas, aliviando a dor. Além disso, melhora a circulação sanguínea local, acelera o metabolismo dos produtos inflamatórios, promove a reparação tecidual e reduz a tensão muscular, aliviando a compressão nervosa causada por espasmos. A acupuntura também apresenta efeito anti-inflamatório, inibindo a expressão de mediadores inflamatórios e reduzindo a inflamação ao redor dos nervos. Esses múltiplos mecanismos atuam em conjunto, promovendo tanto a desobstrução dos meridianos e a harmonização do Qi e do sangue, como o alívio da dor e da inflamação segundo a medicina moderna.
Em resumo, a acupuntura combina o tratamento tradicional baseado na diferenciação dos padrões com os mecanismos científicos modernos, sendo eficaz no alívio da ciática, na recuperação funcional e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes.